quinta-feira, 14 de junho de 2012

Teatro do Oprimido



O Teatro do Oprimido  é um método teatral revolucionário, que incite os oprimidos a lutarem pela sua libertação. Reúne exercícios, jogos e técnicas teatrais criada pelo diretor, dramaturgo e teatrólogo brasileiro Augusto Boal durante a década de 1970, sendo citada pela primeira vez na obra “Teatro do Oprimido e outras poéticas políticas” (1975).

Este esquema teatral constitui-se, geral e basicamente, de uma peça curta em que se representa uma situação de opressão, notícias diárias e textos que são utilizados para polemizar, e na qual o espectador deverá, em determinado momento, substituir o ator que representa o oprimido, colaborando com improvisações que tragam soluções válidas de superação da opressão.

Os seus principais objetivos são a democratização dos meios de produção teatral, o acesso das camadas sociais menos favorecidas e a transformação da realidade através do diálogo.

O TO parte do princípio de que a linguagem teatral é a linguagem humana que é usada por todas as pessoas no cotidiano. Sendo assim, todos podem desenvolvê-la e fazer teatro. Desta forma, o TO cria condições práticas para que o oprimido se aproprie dos meios de produzir teatro e assim amplie suas possibilidades de expressão. Além de estabelecer uma comunicação direta, ativa entre espectadores e atores.

Exemplo de metodologia:

Teatro Jornal


Esta técnica foi muito utilizada na época da ditadura militar brasileira, para revelar informações distorcidas pelos jornais da época, todos sob censura oficial. Ainda hoje é usada para explicitar as manipulações utilizadas pelos meios de comunicação.

Teatro Imagem

No Teatro-Imagem, a encenação baseia-se nas linguagens não-verbais. Essa foi uma saída encontrada por Boal para trabalhar com indígenas, no Chile, de etnias distintas com línguas maternas diversas, que participavam de um programa de alfabetização e precisavam se comunicar entre si. Esta técnica teatral transforma questões, problemas e sentimentos em imagens concretas.


Teatro Invisível

Uma cena do cotidiano é encenada e apresentada no local onde poderia ter acontecido, sem que se identifique como evento teatral. Desta forma, os espectadores são reais participantes, reagindo e opinando espontaneamente à discussão provocada pela encenação.

Teatro-Fórum


A dramaturgia simultânea era uma espécie de tradução feita por artistas sobre os problemas vividos pelo povo.

Atualmente, o Teatro do Oprimido congrega grupos de atuação em todo o Brasil (com ênfase no Estado do Rio de Janeiro, especialmente vinculados às ações pela cidadania) e em diversos outros países, sendo difundido em todo o mundo e estudado por teóricos de diversas áreas de conhecimento.


Roda viva

Roda viva é uma peça de teatro brasileira. Foi escrita por Chico Buarque no final de 1967 e estreou no Rio de Janeiro no início de 1968, sob a direção de José Celso Martinez Corrêa. Foi a primeira incursão de Chico Buarque na área da dramaturgia.

O espetáculo conta a história de um cantor que decide mudar de nome para agradar ao público, em um contexto de uma indústria cultural e televisiva nascente no Brasil dos anos 60. A peça é encenada em dois atos, contando a ascensão e queda de Benedito Silva, que passou a adotar o nome de Ben Silver. Mas o que marcou a peça foi a sua agressividade proposital com o intuito de chocar o público para os problemas que cercavam o país na época.

Neste mesmo ano, após apresentação da peça no teatro Ruth Escobar, no Bixiga, houve uma invasão dos integrantes do grupo paramilitar Comando de Caça aos Comunistas que destruíram parte dos cenários e camarins. A peça criou polêmica pois trazia cenas violentas e muitos palavrões e acabou sendo censurada.

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