O
Teatro do Oprimido é um método teatral
revolucionário, que incite os oprimidos a lutarem pela sua libertação. Reúne
exercícios, jogos e técnicas teatrais criada pelo diretor, dramaturgo e
teatrólogo brasileiro Augusto Boal durante a década de 1970, sendo citada pela
primeira vez na obra “Teatro do Oprimido e outras poéticas políticas” (1975).
Este
esquema teatral constitui-se, geral e basicamente, de uma peça curta em que se
representa uma situação de opressão, notícias diárias e textos que são
utilizados para polemizar, e na qual o espectador deverá, em determinado
momento, substituir o ator que representa o oprimido, colaborando com
improvisações que tragam soluções válidas de superação da opressão.
Os
seus principais objetivos são a democratização dos meios de produção teatral, o
acesso das camadas sociais menos favorecidas e a transformação da realidade
através do diálogo.
O
TO parte do princípio de que a linguagem teatral é a linguagem humana que é
usada por todas as pessoas no cotidiano. Sendo assim, todos podem desenvolvê-la
e fazer teatro. Desta forma, o TO cria condições práticas para que o oprimido
se aproprie dos meios de produzir teatro e assim amplie suas possibilidades de
expressão. Além de estabelecer uma comunicação direta, ativa entre espectadores
e atores.
Exemplo
de metodologia:
Teatro Jornal
Esta
técnica foi muito utilizada na época da ditadura militar brasileira, para
revelar informações distorcidas pelos jornais da época, todos sob censura
oficial. Ainda hoje é usada para explicitar as manipulações utilizadas pelos
meios de comunicação.
Teatro Imagem
No
Teatro-Imagem, a encenação baseia-se nas linguagens não-verbais. Essa foi uma
saída encontrada por Boal para trabalhar com indígenas, no Chile, de etnias
distintas com línguas maternas diversas, que participavam de um programa de
alfabetização e precisavam se comunicar entre si. Esta técnica teatral
transforma questões, problemas e sentimentos em imagens concretas.
Teatro Invisível
Uma cena do cotidiano é encenada e apresentada no local
onde poderia ter acontecido, sem que se identifique como evento teatral. Desta
forma, os espectadores são reais participantes, reagindo e opinando
espontaneamente à discussão provocada pela encenação.
Teatro-Fórum
A
dramaturgia simultânea era uma espécie de tradução feita por artistas sobre os
problemas vividos pelo povo.
Atualmente, o Teatro do Oprimido congrega grupos de
atuação em todo o Brasil (com ênfase no Estado do Rio de Janeiro, especialmente
vinculados às ações pela cidadania) e em diversos outros países, sendo
difundido em todo o mundo e estudado por teóricos de diversas áreas de
conhecimento.
Roda viva
Roda viva é uma peça de teatro brasileira. Foi escrita por
Chico Buarque no final de 1967 e estreou no Rio de Janeiro no início de 1968,
sob a direção de José Celso Martinez Corrêa. Foi a primeira incursão de Chico
Buarque na área da dramaturgia.
O espetáculo conta a história de um cantor que decide
mudar de nome para agradar ao público, em um contexto de uma indústria cultural
e televisiva nascente no Brasil dos anos 60. A peça é encenada em dois atos,
contando a ascensão e queda de Benedito Silva, que passou a adotar o nome de
Ben Silver. Mas o que marcou a peça foi a sua agressividade proposital com o
intuito de chocar o público para os problemas que cercavam o país na época.
Neste mesmo ano, após apresentação da peça no teatro Ruth
Escobar, no Bixiga, houve uma invasão dos integrantes do grupo paramilitar
Comando de Caça aos Comunistas que destruíram parte dos cenários e camarins. A
peça criou polêmica pois trazia cenas violentas e muitos palavrões e acabou
sendo censurada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário